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Alados

 

                                                                               

Por entre ramagens e folhagens

o pássaro silencia gorjeios

esconde-se, por entre meios

do voo à espreita do gavião

 

Mas não há insetos nas árvores

e a fome lhe ousa o chão

 

Arrisca a terra

cisca a tenra relva

e dela sorve alimento

 

Instintivamente,

o gato sorrateiro

imagina em desalento a ave

esconde-se dentre a paisagem

repousa e pousa

o silêncio do seu ataque...

 

Repentinamente

o felino em desatino

vê-me furtiva na imagem,

distrai-se, é tudo estranho

hipnotiza-o  o humano

 

E nesse tempo de lapso

o pássaro alça suas asas

em sobrevoo cauteloso

para enfrentar, ainda uma vez mais

as surpresas do seu próprio espaço

 

 

Cadernos de Poesias

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