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De Ferreiros e Alquimistas


 

Li num livro
que os alquimistas aceleravam a metamorfose dos metais
extraíndo-os do útero da Terra.
E para apaziguá-la de tamanha façanha
rendiam-lhe homenagens na dor e na graça
de alguns rituais.


Algo parecido acontece em poesia.
O poeta em canto antecipa o sentimento bruto
no ouro possível da palavra.
Arranca-o também das cavernas da carne.
E distrái o ciúme da mãe-língua

aquecendo o coração de seus filhos.

 

Cadernos de Poesias

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