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Canto de amor

Era um dia, era um sol

tudo verde, era o campo
lá ao longe, vinha um rio
um riacho, não um rio


Era campo, mas não era
era mato, mas nem tanto
minhas pernas semi-ocultas
pelo mato que era campo

Mais a frente, via eu
era o vento a ventar
e as flores, as plantas, o campo que era mato
que a sua força
se vergavam, se dobravam
sempre servos

Era ela , era linda
seus cabelos lisos longos
sempre soltos
soltos belos
belos negros

 

Novamente, vinha o vento
vento forte, forte nada
era brisa e não vento


Era brisa que banhava
sua pele, pele lisa
brisa branda que apenas
lhe tocava sem tocar

Era apenas um caminho

que entre nós se fez surgir
ela olhava, lindos olhos

eu sentia, aspirava
seu odor, seu frescor
que a brisa, leve brisa
brisa branda me trazia

Era ela caminhando
me olhando, acenando
seu aceno delicado
tão sutil, tão bonito
tão sensível como o tato
que de longe eu sentia

Era eu me dirigindo
me guiando por seu lado
lhe olhando, lhe bebendo
todo e belo sentimento

Eram dois, nós que éramos
com os braços se enlaçando
nossos corpos num só corpo
nossa mente, uma apenas
nossos lábios tão unidos
num só beijo irradiando
um amor imensurável
nossos corpos transmitindo
um calor inacessível


 

Nesse campo que era mato
nosso corpo lhe deitando
nossos olhos só olhando
um momento tão eterno
onde apenas quatro letras
se mostravam
se sentiam
se faziam
tateavam
olfatavam
se ouviam
Era apenas o amor

Cadernos de Poesias

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